Jung

Encontros

A Psicologia nos permite ir de encontro a alma... pois ela pode ser tão doce como uma poesia e tão profunda que nos promove a consciência.

A metáfora é uma de suas linguagens, assim como o sonho, os contos, os mitos, os desenhos...

A conversa, a troca, que acontece na terapia é inigualável a qualquer outro contexto de relação, por isso o papel do psicólogo deve ser tão valorizado, pois não há outro como esse.

E assim, aparece outro instrumento de se chegar a alma daquele que procura a psicologia para encontrar o seu caminho, a Astrologia.

Segundo Jung em O Segredo da Flor de Ouro ([1929] 1990):

"A Astrologia merece o reconhecimento da Psicologia, sem restrições, pois representa a soma de todo o conhecimento da Antiguidade".

E no livro Sincronicidade ([1972] 2002), Jung diz:

"Como psicólogo, interesso-me sobretudo pela luz que um mapa natal lança sobre certas complicações no caráter. Em casos de difícil diagnóstico psicológico, eu normalmente uso o mapa natal a fim de obter um outro ponto de vista de um ângulo completamente diferente. Devo dizer que muito frequentemente dados astrológicos elucidaram certos pontos que de outra forma teriam sido impossíveis de entender."


domingo, 23 de maio de 2010

Integração do Ser

O ser humano é complexo, dizem as pessoas. Realmente concordo, mas somos mais do que isso, somos um conjunto de complexos, conscientes e inconscientes.

Hoje em dia, temos a tendência de identificar-nos demais com nossa “mente”. Acreditando que somos ela, que a mente é o centro de nosso ser, pois nos identificamos tanto com nossos pensamentos “penso, logo existo” que nos agarramos a isso por necessidade de reconhecermos quem somos, porque o processo histórico da humanidade nos trouxe a isso.

A questão é que a mente realmente é reflexo do que somos, mas ela não está localizada precisamente em nosso cérebro, como tendemos a imaginar, mas sim em nosso ser inteiro.


Em um livro do Jung, há um trecho em que um índio pueblo diz:

“Como os brancos tem um ar cruel...Os olhos tem uma expressão fixa, estão sempre buscando algo. O que procuram? Os brancos sempre desejam alguma coisa, estão sempre inquietos, e não conhecem o repouso. Nós não sabemos o que eles querem. Não os compreendemos achamos que são loucos!”.
Jung então pergunta porque o índio pensava que todos os brancos eram loucos. Ele responde:

“Eles dizem que pensam com as suas cabeças”.
Jung pergunta:

“Mas naturalmente! Com o que pensa você?”
E o índio responde:

“Nós pensamos aqui” – disse ele indicando o coração.
(Jung, C.G., Memórias, Sonhos, Reflexões, 2006, p.285)


Pois bem, a dissociação que sofremos de tempos para cá, onde a razão é muito mais valorizada por nossa sociedade do que os sentimentos, nos fez muito mais “avançados” cientificamente, “evoluídos” nos estudos, na medicina, nas estruturas etc... mas nos deixaram extremamente doentes na alma. Por isso o aumento gradativo de doenças psíquicas, stress, síndromes, falta de ética, violência, injustiça etc..

Mas veja, essa constatação não quer dizer “largue seu trabalho”, “vá viver no meio do mato”, “mude de vida”, mas nos traz a seguinte reflexão: O quanto tenho vivido para minha mente? O quanto tenho vivido para o meu coração?

Essa reflexão nos pede a união dos “opostos” em nosso ser, a união, integração dos princípios femininos, masculinos, positivos, negativos, humanos, sagrados. E o viver pode ser mais pleno com a consciência desses aspectos que precisam ser integrados para que tenhamos uma vida repleta de sentido, de significado.

E aí, você talvez não precise “mudar” o que vem fazendo, mas sim “transformar” internamente o que este fazer significa e assim a consequência pode mesmo ser mudar o rumo, ou não, simplesmente fazer o que se faz, mas de maneira diferente, com sentido diferente.

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